Diretor-executivo de criação da BETC Havas fala que o grande desafio é não colocar a ambição de ocupar cargos à frente do respeito às pessoas

“Eu me considero um profissional que trabalha há 36 anos no mercado, mas que está começando agora”.  É dessa forma que Zico Farina, diretor-executivo de criação da BETC Havas, descreve sua trajetória profissional. Um dos destaques do ‘Especial Lideranças Criativas’, o profissional compartilha insights sobre sua trajetória, seu processo criativo e desafios enfrentados no mercado.

Farina conta que nunca pensou em ser uma liderança e nunca trabalhou para ter uma posição. “Eu sempre trabalhei para fazer as melhores entregas, que valorizassem a criatividade e respeitassem as marcas e as pessoas envolvidas no processo. O lugar que ocupo é uma consequência disso, da resiliência, da empatia e, talvez, até de algum talento. Acredito na força do trabalho, que o grande desafio é não colocar a ambição de ocupar cargos à frente do respeito às pessoas e suas histórias”, explica.

Ao refletir sobre sua rotina e processos, o profissional enfatiza que a criatividade exige disciplina e sacrifícios. “Para cada sim, você ouve uns 99 nãos. É o não do prazo, é o não da verba, é o não do formato, é não que não acaba mais. Mas no meio disso tudo tem uma ideia querendo sobreviver. As pessoas são o grande vetor dessa indústria. E é nelas que devemos focar. Incentivando ambientes inclusos, diversos e que valorizem os talentos”, destaca.

Zico Farina: “O papel de um criativo é conhecer a marca para qual está trabalhando” (Divulgação)

Farina ressalta a sorte e o privilégio de conviver com três gerações diferentes debaixo do mesmo teto e muitas vezes trabalhando em um mesmo briefing. “Ter gente que pensa diferente de você, ter pessoas mais capacitadas que você, ajuda a se chegar em resultados novos. Todo mundo que está em um papel de liderança deve estar atento às pessoas, no cuidado com elas e também em como saber cobrar e exigir mais.”

Para Farina, a busca por resultados está intrinsecamente ligada à inovação. “A busca por resultados faz com que a gente busque incessantemente por inovação. Não se altera resultados fazendo tudo igual. Eu acredito que o papel de um criativo é conhecer a marca para qual está trabalhando. Seus objetivos, KPIs, métricas, estratégia. Ninguém muda aquilo que não conhece. Os resultados de um cliente e de uma agência não deveriam ser diferentes. Ambos devem ter claro onde querem chegar como parceiros, onde querem levar essa marca, que patamar devem ambicionar. E ninguém faz isso sozinho”.

Leia a íntegra da matéria na edição impressa de 29 de abril