Este ano teremos eleições para prefeito e vereadores. Mais do que um exercício da democracia que tanto prezamos, será uma oportunidade renovada de escolhermos os governantes da nossa cidade e almejarmos melhorias importantes para nossas vidas.

É hora de refletir e fugir da mera polarização que domina o quadro político brasileiro. É hora de cobrar propostas concretas dos candidatos e candidatas.

E eu já sei em quem vou votar! Será naquele ou naquela que apresentar um programa baseado nos princípios ESG.

Nessa altura, alguns dirão: lá vem ele com ESG... Parece uma panaceia que cura todos os males...

Mas continue lendo e eu procurarei te convencer que a análise de um bom programa de governo deve passar prioritariamente pelos critérios de respeito socioambiental e uma governança ética.

Aliás, não estou inventando nada. A cidade de Toronto, Canadá, já faz isso. É a primeira cidade – até onde meu conhecimento alcança – a propor uma gestão totalmente fundamentada nos princípios ESG. E faz todo sentido.

No seu relatório anual, focado em ESG, logo nas primeiras páginas, os gestores da cidade explicitam o impacto positivo pretendido nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e suas premissas e prioridades para alcançar esses objetivos.

Premissa 1: Toronto é uma cidade cuidadora e amigável; Premissa 2: Toronto é uma cidade dinâmica; Premissa 3: Toronto é uma cidade limpa, verde e sustentável; e Premissa 4: Toronto investe em qualidade de vida.

Quatro premissas simples e objetivas, mas com capacidade de determinar um programa de governo que enderece o que há de mais relevante para as pessoas que habitam a cidade.

Por trás da premissa 1 (Uma cidade cuidadora e amigável) há uma série de ações muito importantes para o bem-estar das pessoas.

Isso implica em cuidar verdadeiramente das pessoas, principalmente as mais vulneráveis, em garantir um ambiente coletivo harmonioso e seguro. Em garantir a liberdade de ir e vir com segurança.

Em garantir também o respeito às pessoas, não importando seu status social, sua aparência, deficiência, origem ou identidade de gênero. Acolher a todos com carinho e atenção e ouvir a voz das comunidades.

Ao estabelecer que a cidade deve ser limpa, verde e sustentável (Premissa 3), há o compromisso em conduzir programas de recuperação de áreas degradadas, com ampliação do verde na cidade, por exemplo.

É cuidar dos resíduos gerados pela população, educando-a quanto à forma consciente de descarte, além de dar uma destinação adequada ao lixo, privilegiando reciclagem, eliminando os famigerados lixões.

É também dar continuidade aos projetos de despoluição dos seus rios. É ainda implementar ações que façam diminuir a poluição atmosférica e sonora.

Chegando na Premissa 4, que foca o investimento em qualidade de vida, é a conjunção de esforços integrados para que a população se sinta bem na cidade, seja nos bairros chamados nobres ou nos mais longínquos, de periferia. E fazer tudo isso com dinamismo (Premissa 2) e, principalmente, ética, transparência e respeito pela coletividade.

Permitir que a sociedade acompanhe e participe das decisões e também oferecer meios de fiscalizar a atuação pública e a possibilidade de acompanhar onde estão sendo aplicados os impostos pagos.

Estamos todos cansados de governantes que adotam uma administração opaca, subterrânea, com suspeita de interesses escusos por todos os lados. Queremos uma governança eficiente e honesta. Pronto!

O que descremos nestas últimas linhas, nada mais é do que perpassar os princípios ESG. Não é o mundo ideal?

Eu espero muito que algum candidato (ou candidata) abrace esses princípios como proposta de gestão. Eu estarei pronto a apoiá-la (o) e dar meu voto consciente e entusiasmado.

E você?

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br